terça-feira, 8 de outubro de 2013

Inverno de 1913

Não diria que não há sentido em continuar, apenas que mudar as vezes dói e quem sabe seja novo demais falar sobre um outro lado do amor, que é ainda mais bonito e talvez por ser tão bonito se torne tão difícil. Não lamentaria se apenas faltassem palavras por hoje, ou por amanha.. me encabula que faltem palavras por toda a vida e me frustra que eu passe uma vida inteira sem saber como dizer isto. O real sentido de viver pra mim sempre foi esperar um grande amor, só que escrever não era apenas um passa tempo enquanto esperava sentada na poltrona da impaciência tomando o café da solidão, talvez de início tenha sido e talvez eu até tenha sem querer me apaixonado pela ideia, porque num mundo onde eu me acostumei a ser só eu encontrei isso, isso que me move e que mesmo que eu mude não sai de mim. Em essência eu sou palavras, um quebra cabeça de palavras mal feitas e rabiscadas que teimam em se juntar e tentar formar uma frase nunca dita antes. Acontece que a música toca toda vez e ela nunca é igual, e a minha alma toca hoje a canção do correspondido, a canção do “ate que enfim você chegou meu querido”, meu querido amor. Eu passei a vida limpando a casa e arrumando as coisas para você chegar, eu fiz um belo trabalho rabiscando paredes de mim e sussurrando melodias impostas pelo meu eu. Sorria, sorria eu lhe suplico, porque as lágrimas saíram por aí e eu só tenho sua companhia, sorria meu querido, porque uma vida inteira esperaram a sua chegada e hoje tudo está pronto e no lugar para que você nunca precise partir.

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